sábado, 9 de abril de 2011

Jacques Villeneuve completa 40 anos


Como sou um grande fã deste Piloto, foi republicar a biografia dele do site Podium GP que ficou muito legal.

Hoje, ele comemora um marco da sua vida. Ao entrar nos quarentas, Jacques Villeneuve tem uma carreira verdadeiramente preenchida, embora a sua vida pós-Formula 1 seja mais uma semelhante a de um saltimbanco, mais pelo prazer de conduzir do que pelo objetivo de alcançar títulos, dado que tudo aquilo que queria fazer, conseguiu muito cedo na sua carreira. Primeiro as 500 Milhas de Indianápolis, depois o título mundial de pilotos, algo que o seu pai tentou e nunca teve tempo para o alcançar. Pode-se dizer que se libertou da sombra do pai, mas os criticos dirão que depois da Formula 1, desperdiçou o seu talento em outras categorias, como a NASCAR ou Speedcar Series. No dia do seu 40º aniversário natalicio, falo de Jacques Villeneuve.
Jacques Joseph Charles Villeneuve nasceu a 9 de abril de 1971 em St. Jean Richelieu, no Quebec, a província francófona do Canadá. Filho do mítico Gilles Villeneuve e de Joanne Villeveuve, para além de ser o sobrinho de Jacques Villeneuve Sr., cresceu no meio automobilístico, já que a família vivia numa “motorhome” que o levava para os circuitos europeus, enquanto que vivia no resto do ano no Mónaco. Após a morte do pai, em maio de 1982, foi para um colégio interno na Suiça e aos poucos, demonstrou o seu interesse pelo automobilismo. Depois de uma passagem pela Jim Russel Racing School, no circuito de Mont Tremblant, no Canadá, aos 17 anos, em 1988, começou a correr em monolugares pela Formula 3 italiana, sem grandes resultados. Em 1992, com 21 anos, foi correr para o Japão, onde foi vice-campeão de Formula 3 local, ganhando três corridas.
Isso foi o suficiente para que no ano seguinte rumasse para os Estados Unidos, onde foi correr para a Formula Atlantic, vencendo cinco corridas e acabando a temporada na terceira posição. Em 1994, passou para a CART, correndo na equipa Forsythe-Green, e começou logo a impressionar na terceira prova do ano, as 500 Milhas de Indianápolis. Demonstrando rapidez e maturidade, terminou a corrida no segundo lugar, sendo o “Rookie do Ano” nessa corrida e determinado em alcançar mais alto. A sua primeira vitória veio em setembro, no circuito de Road America. Acabou essa temporada no sexto lugar, com honras de “Rookie do Ano” no campeonato.

Em 1995, A Forsythe virou Team Green e Villeneuve partiu ao assalto do cmapeonato. Aos 24 anos, venceu a primeira prova do ano, em Miami e conseguiu logo a seguir o que queria: vencer as 500 Milhas, tornando-se no primeiro canadiano a fazê-lo na história da prova. Para além disso, voltou a vencer em Road Atlanta e em Cleveland, conseguiu mais três pódios e no no final da temporada, ganhou o campeonato CART.
Foram esses resultados, aliados com a reputação do seu pai que fizeram com que Frank Williams desse uma oportunidade para testar este jovem talento de 24 anos no final de 1995. Depois de ter ficado impressionado com as suas performances, assinou um contrato de três épocas para tripular os seus carros. E assim, um dos apelidos mais míticos da Formula 1 estava de volta.
O seu começo, no GP da Austrália de 1996, em Melbourne, foi impressionante: fez a pole-position, liderou até a doze voltas do final, altura em que teve que deixar passar o seu companheiro de equipa Damon Hill – outro filho de campeão – devido a uma fuga de óleo. Terminou em segundo, mas a sua exibição tinha relembrado aos mais velhos o estilo do velho pai.
Quatro provas mais tarde, em Nurburgring, Jacques Villeneuve ganhou o GP da Europa, a sua primeira prova na Formula 1, aguentando a pressão de um Michael Schumacher no inicio da sua longa carreira na Ferrari. Iria ganhar mais três corridas, na Grã-Bretanha, Hungria e Portugal – onde fez uma espectacular ultrapassagem a Michael Schumacher por fora na Parabólica – subiu ao pódio por onze vezes, fez três “pole-positions” e seis voltas mais rápidas, terminando a temporada como vice-campeão do Mundo, com 78 pontos.
Em 1997, Damon Hill transfe-se para a Arrows, numa manobra que muitos poucos entanderam, e Jacques Villeneuve torna-se no primeiro piloto da equipa, que trabalha no sentido de o levar ao Campeonato do Mundo, contra um Michael Schumacher que faz na Ferrari um chassis capaz de disputar o titulo mundial que há muito não acontecia nos lado de Maranello. Ganha sete provas, faz dez “pole-positions” e é o homem mais rápido em pista por três vezes. Contudo, foi uma luta corrida a corrida com Michael Schumacher, e este conseguiu levar a decisão do título até à última prova do Campeonato, no circuito andaluz de Jerez de la Frontera.
 
Nesse dia, depois de no dia anterior três pilotos terem feito o mesmo exato tempo na qualificação, o alemão larga melhor na partida e Villeneuve persegue-o, numa batalha que terminou na volta 48, mais precisamente na curva “Dry Sac”, onde o piloto alemão tentou impedi-lo numa manobra que muitos consideraram como ilegal. Contudo, tal manobra não resultou e Schumacher foi obrigado a abandonar. Mais tarde, a FIA desclassificou-o, tirando-lhe o segundo lugar do campeonato, e assim Jacques tornava-se no segundo filho de piloto vencedor de Grandes Prémios a tornar-se Campeão de Mundo, um ano depois de Damon Hill.
Em 1998, defender o título foi complicado. A Renault tinha-se retirado da competição, mas os seus motores eram preparados pela Mechachrome, e a competitividade não foi mais a mesma. Para além disso, a McLaren surgiu como potência entre Williams e Ferrari, e Villeneuve não conseguiu mais do que dois terceiros lugares na Grã-Bretanha e na Alemanha, terminando em quinto lugar do campeonato, com 21 pontos. No final desse ano, e respondendo ao convite do seu “manager” Craig Pollock, decide ingressar na nova equipa dele: a British American Racing (BAR).
Contudo, 1999 foi um ano desastroso para a equipa. Cheia de dinheiro para desenvolver um carro campeão, a teporada ficou marcada por erros, acidentes, azar e os defeitos de uma estrutura estreante que saltaram à vista em algumas corridas. No final, fizeram com que Jacques Villeneuve não marcasse um unico ponto em toda a temporada, passando do Céu ao Inferno em duas temporadas! Nem o seu pai foi capaz de uma coisa destas…
Para 2000, as coisas melhoraram um pouco. Aprendidos os erros da temporada passada, e agora com motores Honda, o carro ficou mais fiável, as performances melhoraram. Mesmo sem pódios, conseguiu pontuar por sete vezes, conseguindo em quatro corridas o quarto lugar. No final do ano, obteve dezassete pontos e um sétimo lugar no Mundial de Condutores. No ano seguinte, conseguiu por fim chegar ao pódio em duas corridas, Barcelona e em Hockenheim. E em ambos foi no terceiro lugar. No final da época, consegue manter o sétimo lugar, mas com doze pontos.
A partir de 2002, as performances de Jacques Villeneuve foram decrescendo. As boas exibições ficaram cada vez mais espaçadas, e as corridas nos pontos também. No final desse ano, conseguiu somente quatro pontos, em 2003 obteve mais seis. Desmotivado, antecipa a sua saída da BAR no final desse ano e decide tirar um período sabático.
Contudo, esse periodo termina no final de 2004, quando Flávio Briatore contrata Villeneuve para correr pela Renault nas três provas finais desse ano, em substituição do italiano Jarno Trulli, que tinha se zangado com Briatore e antecipado a sua ida para a Toyota. Ao lado de Fernando Alonso, a oportunidade não foi aproveitada e Villeneuve não pontuou nessas três corridas.
Mas isso foi o suficiente para que Peter Sauber lhe oferecesse um contrato de duas épocas para correr na sua equipa. Se no primeiro ano, Villeneuve assinou boas exibições com nove pontos e o 14º lugar no Campeonato, em 2006, já com a Sauber a correr sobre a capa da BMW, Villeneuve era claramente inferior ao seu companheiro de equipa, o alemão Nick Heidfeld. A marca alemã mantêm o canadiano no inicio do ano, mas após uma lesão sofrida no GP da Alemanha, as duas partes decidiram que o melhor era rescindir amigavelmente o contrato que os ligava. Para substitui-lo, entrou o polaco Robert Kubica.
No final, o seu palmarés na Formula 1 ficou assim ordenada: 165 Grandes Prémios, em onze temporadas, onze vitórias, treze pole-positions, nove voltas mais rápidas, 23 pódios, e o título de Campeão do Mundo em 1997.
Após a Formula 1, Jacques Villeneuve dividiu-se entre a Europa e a América. Nos circuitos europeus, Villeneuve foi ocrrer pela equipa oficial da Peugeot na Le Mans Series, especialmente nas 24 horas de Le Mans, a unica mítica prova que lhe falta conquistar. Depois de ter desistido em 2007, acabou a corrida de 2008 na segunda posição. Nos Estados Unidos, Villeneuve participou quase todas as categorias da NASCAR, desde a Truck Series até à Nationwide Series, passando pela série canadiana, sem resultados de relevo. Para além disso, participou em três corridas da argentina Top Race V6 e na Speedcar Series, uma série efémera feita entre 2008 e 2009, também sem resultados de relevo.

Em 2009 e 2010, Villeneuve voltou a pensar na ideia do regresso à Formula 1, através da tentativa da Stefan Grand Prix em entrar. Villeneuve namorou bastante com a ideia, mas depois a FIA recusou a entrada do misterioso empresário sérvio. Alguns meses depois, Villeneuve aliou-se à italiana Durango para o projeto da 13ª equipa no pelotão da Formula 1, projeto esse que esbarrou na decisão da FIA de não aceitar qualquer um dos projetos que exisitiam para a temporada de 2011.
Para finalizar, em termos de familia, Jacques já foi casado uma vez, entre 2006 e 2009. com Johanna Martinez, do qual teve dois filhos: Jules (nascido em 2006) e Jonas (nascido em 2007).

Imagens: Arquivo Cahier, LAT, Motorsport.com, Autosport.com Publicado  09/04/2011