Sou um fã declarado dos filhos de pilotos que tem o arrojo como uma das principais qualidades em seu estilo de pilotagem. Aprendi admirar o Gilles Villeneuve vendo suas corridas da F1 em DVD, por conta disso passei a torcer e acompanhar a carreira de seu filho Jacques Villeneuve. Piloto que depois de um inicio difícil nas categorias de base com a F3 Italiana e Japonesa, começou a crescer quando voltou para a America e ganhou corridas na F-Atlantic e F-Indy, no qual venceu o Titulo em 1995 e de quebra foi o vencedor das 500 milhas de Indianápolis, corrida alias que o meu outro ídolo das pistas Christian Fittipaldi chegou em Segundo. Confira abaixo a ótima entrevista que o jovem e competente repórter da Jovem Pan, Felipe Motta fez com o Jacques Villeneuve durante os treinos para a corridas da Stock Car.
Entrevista:
A Corrida do Milhão da Stock Car tem em 2011 um convidado ilustre: Jacques Villeneuve. Campeão da Fórmula 1 e da Fórmula Indy, além de ter vencido as 500 milhas de Indianápolis, o canadense competirá com o carro da equipe Shell V’Power em Interlagos ciente das dificuldades de conquistar um bom resultado pela pouca familiaridade com o carro da categoria.
Após os primeiros treinos do fim de semana, Villeneuve me recebeu no box de seu time. O canadense, com sua conhecida espontaneidade, analisou longamente a situação de Felipe Massa na comparação com Fernando Alonso. “Felipe venceu corridas e quase venceu um campeonato, talvez dois. É um grande piloto”. Além de opinar sobre o brasileiro, Villeneuve relembrou o pai, Gilles, e defendeu o retorno de Michael Schumacher: “Acho uma discussão estúpida. Michael é sete vezes campeão do mundo. Não há o que falar”.
JOVEM PAN: Você tem longa experiência em monopostos. Agora está competindo em turismo. A adaptação é difícil?
JACQUES VILLENEUVE: Sim. São duas coisas bem distintas. Não são as mesmas referências mas é possível se divertir com os dois tipos de carros.
JOVEM PAN: A Nascar cresce aos poucos no Brasil com a presença de Nelsinho Piquet e Miguel Paludo na Truck Series. Você tem interesse em competir lá?
JOVEM PAN: Você tem longa experiência em monopostos. Agora está competindo em turismo. A adaptação é difícil?
JACQUES VILLENEUVE: Sim. São duas coisas bem distintas. Não são as mesmas referências mas é possível se divertir com os dois tipos de carros.
JOVEM PAN: A Nascar cresce aos poucos no Brasil com a presença de Nelsinho Piquet e Miguel Paludo na Truck Series. Você tem interesse em competir lá?
JACQUES VILLENEUVE: Claro. Venho tentando. Mas não é fácil conseguir a condição ideal para fazê-lo em relação a times e patrocinadores.
JOVEM PAN: Interlagos você conhece bem. Agora há uma chicane. O que você acha do circuito?
JACQUES VILLENEUVE: Acho que todos aqui conhecem a pista e a chicane é nova para todos. Não acredito que haja vantagem para ninguém. Eu não sou fã de chicanes, nunca gostei. Vai mudar muito a característica da pista, porque agora eu acho que a reta ficou menor, quase que pela metade. Mas a pista é boa e com este carro é possível se divertir.
JOVEM PAN: A Renault se junta novamente a Williams, combinação que te deu o título mundial. Era o que faltava a Williams para voltar às vitórias ou o problema é maior?
JACQUES VILLENEUVE: O problema é maior, sem dúvida, mas é um grande passo adiante no caminho de voltar a ser um time forte. Além disso, sei que a Williams mudará bastante a parte técnica, com novos engenheiros. Isso também é importante.
JOVEM PAN: Felipe Massa foi seu companheiro na Sauber em 2005. Em 2008, ele foi capaz de bater Raikkonen na Ferrari, um piloto mais cotado do que ele. Agora ele sofre muito para desafiar Alonso. Você acha que Fernando é bem melhor do que Kimi ou Felipe não é mais o mesmo após o acidente?
JACQUES VILLENEUVE: Acho que ele é o mesmo. Kimi, na minha opinião, estava desinteressado e Felipe o derrotou com facilidade. Há sempre um ou dois anos em que as coisas não andam bem. O carro não encaixa ao seu jeito, as coisas não funcionam. É preciso pouco na F-1 para que elas não estejam em seu nível máximo. Um outro problema é que Felipe venceu Kimi com facilidade. Se Kimi venceu o Mundial o fez também por sorte, não porque merecia. Felipe mereceu bem mais. Todo ano era mais competente que Kimi e para ele era fácil derrotá-lo.
JOVEM PAN: Interlagos você conhece bem. Agora há uma chicane. O que você acha do circuito?
JACQUES VILLENEUVE: Acho que todos aqui conhecem a pista e a chicane é nova para todos. Não acredito que haja vantagem para ninguém. Eu não sou fã de chicanes, nunca gostei. Vai mudar muito a característica da pista, porque agora eu acho que a reta ficou menor, quase que pela metade. Mas a pista é boa e com este carro é possível se divertir.
JOVEM PAN: A Renault se junta novamente a Williams, combinação que te deu o título mundial. Era o que faltava a Williams para voltar às vitórias ou o problema é maior?
JACQUES VILLENEUVE: O problema é maior, sem dúvida, mas é um grande passo adiante no caminho de voltar a ser um time forte. Além disso, sei que a Williams mudará bastante a parte técnica, com novos engenheiros. Isso também é importante.
JOVEM PAN: Felipe Massa foi seu companheiro na Sauber em 2005. Em 2008, ele foi capaz de bater Raikkonen na Ferrari, um piloto mais cotado do que ele. Agora ele sofre muito para desafiar Alonso. Você acha que Fernando é bem melhor do que Kimi ou Felipe não é mais o mesmo após o acidente?
JACQUES VILLENEUVE: Acho que ele é o mesmo. Kimi, na minha opinião, estava desinteressado e Felipe o derrotou com facilidade. Há sempre um ou dois anos em que as coisas não andam bem. O carro não encaixa ao seu jeito, as coisas não funcionam. É preciso pouco na F-1 para que elas não estejam em seu nível máximo. Um outro problema é que Felipe venceu Kimi com facilidade. Se Kimi venceu o Mundial o fez também por sorte, não porque merecia. Felipe mereceu bem mais. Todo ano era mais competente que Kimi e para ele era fácil derrotá-lo.
JOVEM PAN: Mas e agora com Alonso?
JACQUES VILLENEUVE: O problema é que Alonso chegou e muito rapidamente ganhou poderes dentro da Ferrari. Quando isso acontece, gera uma energia que as pessoas da equipe colocam dentro de você, neste caso, em Alonso. Parece que se o carro vencer, só será com ele. Isso cria uma energia que ajuda ou uma situação difícil ao outro piloto que tem de trabalhar dobrado quando funciona assim. É o que Felipe tem de fazer. Velocidade ele tem. É capaz de guiar forte, capaz de trabalhar no carro. Quanto a isso não tenho dúvidas. Agora, ele precisa fazer ainda mais, porque o time é de Alonso, o que é normal, porque ele é bicampeão do mundo. É a lógica. Se seu companheiro é bicampeão do mundo, é normal que o time se concentre em apenas um.
JOVEM PAN: Ano passado Felipe deixou Alonso ultrapassá-lo para vencer o GP da Alemanha. Sua imagem ficou bastante arranhada após o episódio no Brasil. O que você comenta sobre isso?
JACQUES VILLENEUVE: Fernando estava na frente no campeonato. O balanço não existia, havia um desequilibrio naquele momento. Isso não mudou nada. Se Felipe estivesse na frente aconteceria o contrário. É assim, é normal.
JOVEM PAN: O que diria aos torcedores brasileiros que após aquele incidente o definem como um perdedor?
JACQUES VILLENEUVE: Não, por quê? Venceu corridas e quase venceu um campeonato, talvez dois. É um grande piloto. Está agora mesmo pilotando forte com uma Ferrari. Não entendo as pessoaos que o criticam. É como as pessoas que agora criticam o Michael (Schumacher); para mim estúpidas.
JOVEM PAN: Você acha que foi um erro Schumacher retornar à F-1?
JACQUES VILLENEUVE: Por que? De forma alguma. Não entendo porque todo esse barulho em relação ao seu retorno. Parece que ele é uma piada, mas não é. Ele anda na maioria dos casos no mesmo ritmo de seu companheiro. Não o vejo tomando dois segundos por volta. O tempo passou, ele envelheceu, mas continua rápido. Acho uma discussão bem estúpida da imprensa e de torcedores sobre a volta de Michael. O cara é sete vezes campeão do mundo. Ninguém consegue isso do nada. Questioná-lo é ridículo. E para a Fórmula 1 é ótimo tê-lo. É muito melhor para os jovens pilotos disputarem com um sete vezes campeão do mundo do que com um piloto qualquer. Pensem, ele está ganhando um bom dinheiro, se divertindo muito e andando rápido. É bem melhor isso do que ficar em casa assistindo televisão.
JOVEM PAN: Você acha que foi um erro Schumacher retornar à F-1?
JACQUES VILLENEUVE: Por que? De forma alguma. Não entendo porque todo esse barulho em relação ao seu retorno. Parece que ele é uma piada, mas não é. Ele anda na maioria dos casos no mesmo ritmo de seu companheiro. Não o vejo tomando dois segundos por volta. O tempo passou, ele envelheceu, mas continua rápido. Acho uma discussão bem estúpida da imprensa e de torcedores sobre a volta de Michael. O cara é sete vezes campeão do mundo. Ninguém consegue isso do nada. Questioná-lo é ridículo. E para a Fórmula 1 é ótimo tê-lo. É muito melhor para os jovens pilotos disputarem com um sete vezes campeão do mundo do que com um piloto qualquer. Pensem, ele está ganhando um bom dinheiro, se divertindo muito e andando rápido. É bem melhor isso do que ficar em casa assistindo televisão.
JOVEM PAN: O Brasil corre risco de ter alguns problemas em relação à renovação de pilotos na F-1, porque faltam investimentos e a próxima geração não parece capaz de alcançar a categoria após Rubens e Felipe. E os pilotos do Canadá?
JACQUES VILLENEUVE: (risos) Não há a mais remota possibilidade de vermos um piloto canadense em curto prazo na F-1. Não temos nenhuma boa categoria. Bem, vivemos a Nascar, mas ela é fraca lá. Com a falta de desenvolvimento em categorias, não há como alguém conseguir chegar em uma categoria TOP como a F-1.
JOVEM PAN: Seu pai até hoje é considerado uma das maiores lendas da Fórmula 1. Como foi administrar o orgulho de um pai que é um mito do esporte e a dor de vê-lo falecer precocemente?
JACQUES VILLENEUVE: Não houve problema. Ele morreu, eu tinha 12 anos, chorei por uma, duas semanas e é isso. A vida segue. Tenho um super-orgulho de ter um pai como ele e acho que as coisas que ele fez são inesquecíveis. (SÃO PAULO 04/08/2011)
JACQUES VILLENEUVE: Não houve problema. Ele morreu, eu tinha 12 anos, chorei por uma, duas semanas e é isso. A vida segue. Tenho um super-orgulho de ter um pai como ele e acho que as coisas que ele fez são inesquecíveis. (SÃO PAULO 04/08/2011)