Depois de uma falsa impressão que o um Senna voltaria a pilotar uma Lotus Renault preta e dourada, vamos deixar de lado o sentimento do torcedor e esperar que até o fim do ano o Bruno possa realmente estréia na categoria maxima do automobilismo mundial, e logico que isso vai depender se o Nick Heidfeld piloto escolhido para substituir o acidentado Robert Kubica não ande tão bem quanto a equipe espere, ai quem sabe.....
Agora sobre a disputa pelo uso do nome da Lotus, acho que a Proton leva por ter comprado os direitos de uso da familia, agora o Sr. Teixeira quer mesmo ao meu ver e ganhar algum dinheiro extra para ajudar nas despesas da temporada deste ano, bom este mês a corte na Europa vai resolver essa situação e quando começar a temporada da F1 na Austrália, teremos somente uma lotus...vamos esperar pelo resultado.
Enquanto isso, vamos lembrar um pouco da bela história da Equipe Lotus que recebeu nossos três campeões mundiais na F1 Fittipaldi, Senna e Piquet.
A Herança da Lotus
A história da Lotus começou quando Chapman, um engenheiro inglês que foi piloto da Força Aérea Britânica, resolveu construir carros esporte no começo da década de 50, enquanto disputava algumas corridas. Como piloto, Chapman chegou a tentar a F1: esteve inscrito para o GP da França de 1956, com um Vanwall, acabou não largando porque destruiu o carro ao bater durante os treinos. Dois anos depois, o primeiro Lotus foi para a pista com os ingleses Graham Hill e Cliff Allison, o piloto que marcaria os primeiros pontos da nova equipe.
A Primeira vitória da Lotus aconteceria em 1960, em Mônaco, com Stirling Moss. Mas o sucesso total só começaria com um piloto que ainda estava começando: Jim Clark, que em 1963 daria o primeiro título mundial à Lotus. A parceria Clark-Chapman, por sinal, produziu muito mais que vitórias: entre eles, nasceu uma sólida amizade. Clark foi o único piloto de ponta da F1 que jamais trocou de equipe. Seus 72 GP's, disputados entre as temporadas de 1960 e 1968, foram todas pela equipe Lotus. Clark e Chapman adoravam competir em qualquer coisa, desde rachas de rua até brincadeiras como subir escadas com apenas um pé.
Jim Clark e Lotus - Uma parceria que rendeu 2 títulos mundiais de F1, em 1963 e 1965
Essa amizade perdurou até a morte de Clark, em uma prova de F2 em Hockenheim, em 1968 - pilotando, claro, um Lotus. A morte de Clark, e dois anos depois a de Jochen Rindt ( seu Lotus espatifou-se na curva Parabólica de Monza ), fez Chapman evitar qualquer relação mais afetiva com seus pilotos. Mesmo assim, seus métodos deixavam claro o respeito que ele tinha por seus campeões. Segundo Emerson Fittipaldi, Chapman costumava jantar com seus pilotos após os dias de treinos, sempre procurando puxar a conversa para o acerto dos carros. Quando os pilotos chegavam ao autódromo no dia seguinte, já encontravam os carros com algumas das modificações sugeridas durante a noite anterior. Evidentemente, o lado político também era habilmente comandado por Chapman: para defender seus interesses, não hesitou em semear intrigas entre seus pilotos, como aconteceu com Emerson Fittipaldi e Ronnie Peterson, em 1973, e com Peterson e Mario Andretti, cinco anos mais tarde.
O título de Andretti, em 1978, seria o último da Lotus. No ano seguinte, a equipe começou a entrar em decadência e não conseguiu nenhuma vitória. A comemoração característica de Chapman quando um de seus pilotos ganhava uma corrida era ir pular a mureta dos boxes, ficar na beira da pista, na linha de chegada, e jogar o boné para cima enquanto o diretor de prova dava a bandeirada. Chapman fez esse gesto pela última vez no GP da Austria em 1982, uma corrida cheia de abandonos, que Elio de Angelis venceu com poucos metros de vantagem sobre Keke Rosberg da Williams. Foi o último vôo do boné: em dezembro daquele ano, era anunciada a morte de Colin Chpman.
Emerson Fittipaldi em 1972 - O primeiro brasileiro campeão mundial de F1
A ultima fase competitiva da Lotus durou entre 1983 e 1987. Gerard Ducarouge, que feito bons carros para a Ligier e a Alfa Romeo, foi contratado para projetar os Lotus e conseguiu manter a equipe em com nível técnico - ajudada, em boa parte, pelo talento de Ayrton Senna, que fez alguns milagres durante os três anos ( 1985 e 1987 ) em que esteve na equipe. Ducarouge, entretanto, pode ser considerado iminência parda no processo que levou à falência da equipe. Em 1988, Nelson Piquet, então campeão mundial, entrou no lugar de Senna, com as melhores perspectivas possíveis: a equipe tinha os poderosos motores Honda turbo e um polpudo patrocínio da Camel. Só que o projeto do modelo 100T, projetado por Gerard Ducarouge, contrariava até as especificações recomendadas pelos técnicos da Honda. Enquanto a McLaren ( única outra equipe tinha motores Honda naquele ano e ganhou 15 GP's dos 16 GP's, a Lotus debatia-se com um carro impossivel de ser acertado e que, na definição de um jornalista inglês, "tinha a rigidez estrutural de uma casquinha de sorvete molhada". Sem conseguir mais que três suados terceiros lugares, Piquet terminou o campeonato em 6º Lugar e Ducarouge foi demitido antes do final do ano.
Era o começo do fim. Ainda no final de 1988, a Lotus perdeu o motor Honda. No ano seguinte, Piquet e Satoru Nakajima não conseguiram se classificar para o GP da Bélgica e, pela primeira vez, a Lotus ficava ausente de um grid por insuficiência técnica. No final do ano, Piquet deixou a equipe. Terminada a temporada de 1990, era a Camel quem saía da Lotus. Sem nenhum grande patrocinador, as dívidas começaram a pesar em 1991, embora as duas temporadas seguintes tenham dado esperanças graças a um carro novo e ao talento de pilotos como Mika Häkkinen e, depois, Johnny Herbert. Só ilusão: as dívidas aumentaram de forma insuportável e, em 1994, a Lotus teve pilotos de aluguel e aceitou qualquer dinheiro pingado, sem que isso tirasse o balanço do vermelho. Passou de mão em mão, até David Hunt decretar o ponto final na história da equipe que tenta, aos poucos, ressurgir nas mãos dos malaios.
Outros Campeões pela Lotus Grand Prix
Graham Hill, campeão pela Lotus em 1968 ao lado de Jim Clark
Mario Andretti, americano de origem italiana foi campeão em 1978.
ACBC. Essas letras, que aparecem no emblema da Lotus, são do inglês Anthony Colin Bruce Chapman, um dos mais criativos e polêmicos chefes de equipe de todos os tempos. Nascido em 19 de maio de 1928, Chapman era engenheiro aeronáutico e envolveu-se com o automobilismo como piloto, ao mesmo tempo em que fabricava seus carros. Só parou de correr quando a Lotus estreou na F1 em 1958. Entrou para a história pelas vitórias ( incluindo a de Jim Clark nas 500 milhas de Indianápolis de 1965 ) e também pela originalidade no projeto de seus carros.
A morte de Chapman, entretanto, ainda é cercado de mistérios. Oficialmente, ele morreu em 16 de dezembro de 1982, ao sofrer um ataque cardíaco fulminante.Mas a sensacionalista imprensa italiana levantou dados que apontam para a hipótese de Chapman ter forjado sua morte para escapar de complicações com a justiça britânica. A Lotus estava envolvida no projeto do DMC, um carro de rua fabricado pelo executivo norte-americano John de Lorean. A DMC teve ajuda financeira do governo britânico, mas passava por sérias dificuldades financeiras. Na mesma época da morte de Chapman, De Lorean foi preso em flagrante por tráfico de drogas - uma tentativa desesperada de salvar a DMC. Dizem que o corpo de Chapman não foi visto por ninguém, além de sua mulher, Hazel, e do médico que fez a autópsia. Hazel esteve no GP do Brasil de 1983 e aproveitou para fazer turismo. Mas, segundo Emerson Fittipaldi, ela havia destestado o Brasil quando esteve no país, dez anos antes. Isso, mais o fato de o Brasil ser, na época, um dos poucos países que transmitiam todos os GP's ao vivo e na íntegra, foi suficiente para se supor que Chapman estaria refugiado em algum canto do Brasil! Toda essa trama jamais foi confirmada ou desmentida.
Lotus Grand Prix em números:
( 1958 - 1994 )
GP's disputados: 49
Vitórias: 79
Títulos Mundiais: 6
Títulos Construtores: 7
Poles Positions: 107
Melhores Voltas: 71
Parte do Texto extraído da Revista Racing
Ano 3 - Nº 2 - Ed. 19
Por Luiz Alberto Pandini
Abraço a todos e até a próxima amigos e fãs da F1.
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